domingo, 12 de abril de 2015

"oi, é que te escrevi uma coisa"

é que foi numa terça ou quinta feira
que eu me perdi entre umas palavras de inglês
e gaguejei no meio do "it's all good", 
e foi em alguns passos 
voltando pra casa
ou esperando a carona 
a risada por causa da tua piada
ecoou pelas ruas do bairro 
e foi aí
que eu vi
que o pé atrás 
já tinha chutado o pau da barraca. 

você vai reclamar
da inconsistência desses versos
e dizer que eles não têm ritmo
para a sua mais nova melodia
da sua guitarra preta
estrondosa
sozinha
ecoando no quarto
saindo do amplificador
fazendo brummm
dentro do peito 

não sei muito sobre
o rapaz do s forte
do chapéu
e da guitarra preta
me desculpe
é que mistérios
são apaixonantes
e você nunca vai entender
o quanto sua prepotência
me deixou curiosa
pronta pra fazer
mundos e fundos
des pe da ça rem 

eu nunca vou esquecer
da noite de dezembro
em que eu te joguei umas palavras
e ouvi um já sabia.
eu juro que isso ecoa em mim
que nem a última nota 
da sua melhor música
brummmm
não é barulho de carro
não é o som de uma de máquina
é só uma guitarra 
e meu coração
fazendo contrapasso. 

você sente com as cordas
só sei dizer por a mais b com as palavras,
mas as minhas palavras (te) cortam
tuas cordas contam 
todos os e ses do mundo
convergem aqui esta noite
na minha mão na tua
sem querer, 
gelada pela garrafa
suada
de cerveja, e de uns 
cafunés
perdidos entre
o dedilhado
da tua improvisação
mas perguntar, meu amor
é tão demodê… 
então ouço
o não
nas cordas 
da sua próxima canção: 
ficamos assim, 
na falta de um início meio e fim. 

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