é que foi numa terça ou quinta feira
que eu me perdi entre umas palavras de inglês
e gaguejei no meio do "it's all good",
e foi em alguns passos
voltando pra casa
ou esperando a carona
a risada por causa da tua piada
ecoou pelas ruas do bairro
e foi aí
que eu vi
que o pé atrás
já tinha chutado o pau da barraca.
você vai reclamar
da inconsistência desses versos
e dizer que eles não têm ritmo
para a sua mais nova melodia
da sua guitarra preta
estrondosa
sozinha
ecoando no quarto
saindo do amplificador
fazendo brummm
dentro do peito
não sei muito sobre
o rapaz do s forte
do chapéu
e da guitarra preta
me desculpe
é que mistérios
são apaixonantes
e você nunca vai entender
o quanto sua prepotência
me deixou curiosa
pronta pra fazer
mundos e fundos
des pe da ça rem
eu nunca vou esquecer
da noite de dezembro
em que eu te joguei umas palavras
e ouvi um já sabia.
eu juro que isso ecoa em mim
que nem a última nota
da sua melhor música
brummmm
não é barulho de carro
não é o som de uma de máquina
é só uma guitarra
e meu coração
fazendo contrapasso.
você sente com as cordas
só sei dizer por a mais b com as palavras,
mas as minhas palavras (te) cortam
tuas cordas contam
todos os e ses do mundo
convergem aqui esta noite
na minha mão na tua
sem querer,
gelada pela garrafa
suada
de cerveja, e de uns
cafunés
perdidos entre
o dedilhado
da tua improvisação
mas perguntar, meu amor
é tão demodê…
então ouço
o não
nas cordas
da sua próxima canção:
ficamos assim,
na falta de um início meio e fim.
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