segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Como você não vê?

eu sorrio
ainda estou bem ao seu lado
você não vê?
como estive nas últimas décadas
até dentro de você.
eu sorrio
como você não vê?
te pergunto se
você quer um chá
um chocolate
um beijo
ou um queijo
mas você não me escuta.

quer dizer
escuta:
meus resmungos
minhas bufadas
e grita:
mas esse mau humor não se acaba?
eu digo que não é isso
mas você não acredita
como você não vê?

eu sorrio
pergunto como você está
e se você comeu
você joga algumas palavras ao vento
eu te digo que te amo
mas o sinto-sua-falta está preso na garganta
você não entenderia
eu estou bem aqui, você diria
eu também e ainda assim:
sinto-sua-falta.

sinto-a-falta-da-sua-proteção
do-afago-no-cabelo-e-de
como-você-dizia-que
eu-era-ótima-e-que-tudo-ia
ficar-bem. (*)

eu sorrio
tristonha
pois sinto falta do seu
sorriso
e da tua gargalhada
choro quando lembro dela
porque faz esse tanto de tempo

eu sorrio
desesperada
o tempo se esvai
tic tac
as tuas rugas aparecem
mas você continua linda
mais que demais.

eu sorrio
porque talvez você
um dia enxergue o
sopro de esperança e de
vida que tento carregar
por favor, não deixa de comer.

me perdoa
se eu não posso fazer as coisas
ficarem bem de novo
tenho medo da tormenta
o que eu fiz de errado?
tento te ganhar de novo
com chá, com chocolate, com amor.
eu sou o que sou
e às vezes sinto que sou o pior
porque eu não te vejo mais sorrir
e se eu não sorrir
seremos dois a chorar pra sempre.

(*)nãovaimaisné?

sábado, 6 de agosto de 2016

Martim.

ei, você
para com esse papo
de achar que pode vir aqui
falar o que bem
achar que é bacana.

para com essa história
de me ligar
e pedir para eu
aparecer
e você
simplesmente não.

ei, você
para com esse sorriso torto
esse teu jeitinho de
sou muito importante
para sequer estar aqui.

para com esse negócio
de me mandar mensagem
às duas da manhã
perguntando porque
eu não estou lá.

acho que teus atos
respondem às suas perguntas.