segunda-feira, 2 de abril de 2018

marca.

a marca dos teus dedos
e dentes
o cheiro na minha roupa
no meu pescoço
você me marca
com a tua doçura
mas é veneno
e eu finjo que
não sinto.

o gosto
amargo que fica
depois que você vai
embora
rasga a minha língua
que nem um vinho português

meu coração
às vezes treme
e com isso
tenho certeza que
arrasaria cidades
se fosse possível.

só não arrasaria com você
pedra
que não se abala
não se deixa levar
por nada.

enquanto isso
finjo que sou descolada
que nem baixo botafogo,
mas secretamente decadente
que nem a lapa,
promissora

já foi a hora.
é hora de ir embora.


Um comentário:

  1. Sempre um prazer ler você <3

    Esse, especialmente, pegou lá no fundo de umas recordações. Não sei se tem como a minha experiência pessoal ajudar, mas se for o caso, queria só te contar que, pra mim, o ardor passou.

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