eu dormi com a tv ligada
só pra não me sentir tão sozinha
assim
mas agora eu não tenho mais tv.
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que o verão
não deixe isso esfriar
(mas parece
que o inverno
chegou)
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você me tratava feito
coca sem gás
(até que você gostava)
e eu te tratava
feio vinho
raro, único
louca para sentir
teu gosto
e mexer com meus sentidos
cheia de medo
de desperdiçar.
e nem o biscoitinho do delivery
veio com a sorte
não sei o que te fiz
para merecer teu nada
não sei o que te fiz
mas espero que você durma bem
não havia uma fantasia minha
que você não pudesse realizar
não havia nenhum sonho seu
que eu pudesse realizar
quase um crime
eu me deitar em lençóis
tão frios
sem você
não tem depois
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se eu não fui sua a musa pra
você escrever suas músicas
não me culpe por
você ter me encantado ao ponto
de tudo que eu escrevo
ter um pouco de você
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imagine só
quem diria
que os nossos pra sempres
iam ser eternizados
separados.
eu te prometi
um pra sempre
mas você sequer
deixou eu cumprir
o que eu tinha te dito.
eu te perguntava
onde você tinha andado
por toda minha vida
e agora que eu sei
teu nome
tua casa
teu cheiro e teus olhos
me dói saber
que eles estão por aí
mas não são meus
e preferem andar
sem mim.
que tua boca prefere outro nome
tua casa abriga outro coração
teu cheiro de mistura ao dela
e que teus olhos preferem outros que não os meus.
queria que nosso amor
não valesse a pena desse horror.
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eu só não queria dormir sozinha
nessa noite tão fria
não para de chover lá fora
as nuvens ficaram com inveja dos meus olhos
tentaram competir um pouco
mas são três dias chovendo sem parar
chove, chove, chove
a água se acumula na rua
alaga a garagem
me afogo lá mesmo
sem nem enxergar direito o que me vem pela frente
enxurrada
porrada
eu só não queria dormir sozinha
hoje
quem sabe amanhã
eu não sei
ninguém sabe
só sei que sinto
que morro
um dia
não hoje
talvez nem amanhã
saudade
aperta
fura
o peito
e eu nem sabia
que um sentimento tão abstrato
e relativo
podia ser tão concreto
tão duro quanto
a dor é que nem quando você rala
o joelho no chão cinza, áspero
só que no coração
não dá pra você
musicar minha dor
não dá pra você musicar
minha carta, meu poema, meu grito, minha lástima
meu amor
agora é só um show de horror
ninguém sabe o que tá fazendo
nem pra onde vai
mas tem que levantar a bunda da cama
sair do pijama velho
ir pro trabalho
mudar de trabalho, talvez
enfiar as tristezas e as memórias num saco
(por ora)
e viver
como se o que aconteceu
fosse só um aprendizado
como quando você falha numa prova
e que você não poder repetir
até porque, infelizmente,
não tem como ser jubilado
no seu amor
talvez a gente seja levado a acreditar
que somos jovens demais pra saber quem somos
só sei que amei
e esse amor me pesa
me deixa corcunda
não me deixa comer
ouvir musica
caminhar por aí
sequer deixar eu escrever
(me culpo por ser mais um bando de versos sobre você)
mal respiro, sequer
sinto falta de uma coisa que não volta
mas que volta em partes
não totalmente
não como eu quero
pelo menos não que eu saiba
mas
ah,
se eu soubesse
se eu soubesse…
se eu soubesse talvez
talvez houvesse nada a se fazer
se não esperar ser acertada de novo
pelo teu amor tão doce
mas
também
não posso ficar a espera
de uma felicidade
que eu nem sei se vem
se me quer
se pensa, assim, como eu,
e também não quer passar
essa noite sozinho
mas tem medo de assumir
porque dizer que ama
e sente falta
é pesado demais
pros orgulhosos
e pros que têm a vida pela frente
e não se podem deixar levar
por uma coisa tão
singela
boba
frágil
e sublime
tipo o amor.
(eu só queria saber)
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a primeira vez que disse eu te amo
meu amor por você
meu amor por você
é simples e puro
tal como este laço
e a doçura dessa
sobremesa.
não precisa
de muitos cuidados
para ser manuseado,
talvez a superfície
seja quebrável,
que nem vidro;
mas é denso
e doce.
por mais que você
queira deixar pra lá
eu juro que
mais uma colheirada
não vai te fazer mal algum…
pelo contrário:
só mais feliz.
não hesite.
o que tem no pote acaba
mas o que tem dentro de mim não.
feliz dia da paixão.
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